Viver na selfie
- Dorely M. Calderón

- 23 de jun. de 2024
- 1 min de leitura

Vivemos na selfie, no filtro. Vivemos para mostrar, contar, guardar ou esquecer, mas não para viver. Visitamos lugares utópicos, conhecemos seres transcendentes, acessamos a coisas inestimáveis... mas, só servem para a selfie. Damos importância ao que não é importante.
A viralidade de uma selfie não constrói obras-primas, nem ajuda a preservá-las na memória. No território da qualidade, a selfie se perde como eu no meio da areia do deserto, em cliques e visualizações. No fundo, é o mais belo e puro colaboracionismo com o extermínio da importância. E realmente, nos importamos com a importância?
São Paulo, 2024



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