Meu nome é Dore e sou de 1996. Nasci na peruana e pequena Jaén (há uma Jaén na Espanha que é muito pitoresca), e hoje, caminho por Porto Alegre.

 

Em Jaén, estão as minhas entranhas e em Porto Alegre, é onde as coisas sucedem, é onde demoro e me perco, talvez mecanicamente, nas suas verdes antiguidades e na brasa do seu churrasco.

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Agradam-me os livros, a internet, os cartoons do The New Yorker, a arquitetura amigável, o cinema irreplicável, a pintura digna de ser imitada, a poesia de Garcia Lorca e Fernando Pessoa, os jogos poéticos de Rafael Alberti e T.S. Eliot, as mentiras de Dalí, o desastre de Sartre e os discursos de Jesus Quintero. Tenho especial curiosidade pelos silêncios mais íntimos e, gosto de escrever.

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Para tramar o que eu escrevo, eu vivo, e me deixo viver, ou, pelo menos tento. Sempre anelei os atributos de um ator e deixo as palavras me justificarem. Não me custa nada confessar que tive grande sorte na vida (se isso existe, claro) e tive algumas dificuldades. Realmente, um belo jogo de utopias e distopias porque coisas acontecem... as coisas sempre acontecem. Mas, o verdadeiro desafio da minha vida, a verdadeira dificuldade sou eu. Sempre fui eu. Sempre somos nós mesmos.

 

E é que, sou uma experta curiosa e, por enquanto, estou destinada a perder-me constantemente, definitivamente. Mas, pouco a pouco vou me encontrando com o perverso costume de falsear, magnificar e entender coisas que não conheço. Veja, uma rosa eternamente quer ser rosa e um espinho, um espinho. E eu, eu sei que sou alguém, mas, as vezes não me reconheço. Assim, a minha vida é uma fuga: vou descobrindo, vou transformando, vou perdendo, vou aprendendo, que ao final... tudo é do esquecimento.

 

Nos 5 anos e meio em terras brasileiras, falo e tento escrever em português, mas, você descobrirá que entendo o português muito melhor do que escrevo e falo. Escrevo e falo porque penso muito. Observo, escuto, penso e penso... em silêncio.

 

Enfim... bem-vindo ao lugar onde meus silêncios são públicos. Bem-vindo a Silêncios Públicos.

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Dorely M. Calderón